12.11.12

Nostalgia 18#

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O que é tarde demais para dizer para ele:
Era começo de verão, final da primavera aqui na Europa. Entre as dezenas de caixas de papelão de mudança, encontrei aquele álbum de fotografias nosso. Sabe aquele com a capa azul com os nossos nomes escritos à mão, com sua caligrafia praticamente ilegível. Aquele álbum que um dia você pegou em suas mãos e folheou folha por folha, examinou foto por foto, riu de cada momento. Aquele álbum que você simplesmente jogou no chão quando se foi e bateu a porta. Eu o abri, eu folheei folha por folha, eu examinei foto por foto e lembrei dos momentos. Lembra aquele dia no supermercado quando eu entrei no carrinho de compras, e você corria pelos corredores comigo dentro. Você tirou uma foto dos meus olhos, que com motivos, cintilavam de adrenalina e amor. Lembra do final de tarde no lago? Demos comida aos peixinhos e torcemos para que os patos os comessem. Lembra daquele dia no elevador que paramos no sexto andar para uma velhinha entrar, e ela ficou pasma olhando para nós, que sem preocupação, nos beijávamos. Você tirou foto de nós dois pelo espelho. Você dizia que eu tinha que jogar aquela foto, pois você a estragou com o flash da máquina. Eu amava ela - ainda a amo. Mas você? Deveria amar alguém que simplesmente joga uma vida inteira no chão e apenas vai embora? Cheguei à página final daquele álbum que um dia, contou as histórias de ninar mais românticas para mim, que um dia guardou os melhores contos de fadas e aventuras com direito a cavalo branco e bruxa malvada. Lembra da noite de lua cheia na roda-gigante? Foi um dos nossos primeiros encontros. Como eu te amava, como estávamos apaixonados, meu bem. Aprendi muito com a nossa relação. Aprendi a valorizar que eu amo, a aproveitar cada momento como os registrados pela sua câmera, aprendi a amar. Mas você nunca me desensinou a largar mão de nada; nem dos meus sonhos, dos meus objetivos, das minhas manias. De você. E olha só eu aqui sem querer largar essa caneta... se eu ao menos pudesse dizer tudo isso a você, meu bem.

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